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JUSTIÇA SUSPENDE ATIVIDADES DO GRUPO BBOM, AFIRMA MPF - 17/07/2013


Empresa de rastreadores, suspeita de atuar em esquema de pirâmide, também não pode mais cadastrar divulgadores
RIO — A Justiça Federal de Goiás determinou a suspensão das atividades do grupo Embrasystem, que atua por meio da empresa de rastreadores BBom, e bloqueou o cadastro de novos associados. A BBom é investigada por suspeita de atuar em esquema de pirâmide financeira, considerado crime no país. A decisão é da juíza substituta da 4ª Vara Federal de Goiânia, Luciana Laurenti Gheller, que acatou os pedidos dos Ministérios Público Federal (MPF) e Estadual (MPE) de Goiás. Na semana passada, a empresa já tinha tido os bens bloqueados. Como o processo corre em segredo de Justiça, Luciana não comentou decisão.
Segundo o MPF/GO, o bloqueio não impediu que esquema de pirâmide continuasse a ser praticado, e mais



pessoas foram atraídas à rede. Por isso, pediu que as atividades da empresa foram suspensas. Para impedir a continuidade desta prática ilegal, a Justiça também determinou que a BBom deve publicar em seus sites a seguinte mensagem: “Por ordem da Justiça Federal, a BBom está impedida de receber a adesão de novos associados, seja através de seus sites, seja através dos sites de seus associados, bem como de receber as mensalidades cobradas dos associados já admitidos no sistema”.
O esquema BBom foi congelado na semana passada, resultado de uma força-tarefa nacional formada pelo MPF e pelos MPEs, entre eles o de Goiás, com o bloqueio dos bens das empresas Embrasystem e de seus sócios. Entre os bens bloqueados estão mais de cem veículos, alguns de alto luxo - como Ferrari, Lamborghini e Mercedes -, além de R$ 300 milhões em contas bancárias do grupo. Outras 16 empresas suspeitas de praticar crimes financeiros estão sendo investigadas pela força-tarefa. A Justiça só vai divulgar estes nomes depois da conclusão das investigações.
— O nosso objetivo é evitar novas vítimas. O consumidor precisa ficar atento, principalmente com a proliferação desses esquemas com a ajuda da internet e das redes socais, bem como dessas promessas de ganho de muito dinheiro sem ter que vender um produto ou serviço real. Já em relação à pessoas que estão no esquema, os bloqueios dos bens servirão para reaver o máximo possível do dinheiro investido — explica Mariane Guimarães, procuradora da República em Goiás.
O produto que supostamente sustentava o negócio da BBom é um rastreador de veículo. Como em outros casos emblemáticos de pirâmide financeira, o produto serve como isca para recrutar novos associados. Os interessados associavam-se mediante pagamento de taxa de cadastro de R$ 60 e de um valor de adesão que variava entre R$ 600 e R$ 3 mil. Além disso, os associados tinham que atrair novos integrantes e pagar uma taxa de R$ 80 por 36 meses. O mecanismo de bonificação aos associados era calculado sobre as novas adesões. Quanto mais gente aderia à rede, maior a premiação prometida.
A BBom, que se auto-intitula uma empresa especializada em canal de vendas direta e marketing multinível, informou, por meio de nota, que está tomando as providências judiciais cabíveis para retirar todo e qualquer impedimento às suas atividades.

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